A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi a convidada do programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (18/2). Depois da candidatura bem sucedida à presidência da república pelo Partido Verde (PV), em 2010 - com a qual conseguiu quase 20 milhões de votos -, Marina deixou a sigla e trabalha na montagem de um novo partido: a Rede Sustentabilidade, lançado no último sábado (16/2), em Brasília.
Ela defendeu que a Rede se opõe à forma com que os partidos têm feito política e propõe avançar.
- As siglas que governam o país estão estagnadas - argumentou.
O novo partido, segundo Marina, quer abrigar parte da sociedade que está disposta a agir, num “movimento autoral”, em detrimento às “práticas verticalizadas”.
Questionada sobre a posição da nova sigla, a ex-senadora preferiu dizer que ela não está “nem à direita, nem à esquerda, mas à frente”. Mesmo assim, está claro que a principal bandeira do novo partido é a sustentabilidade, palavra que traz no próprio nome.
O estatuto do novo partido, ainda provisório, prevê teto para doações e visibilidade online durante as campanhas eleitorais. Destaca também que não pretende aceitar financiamento das indústrias ligadas à produção de armas, agrotóxicos, bebidas e cigarros. A Rede pretende, ainda, disponibilizar 30% de seu quadro a candidaturas independentes.
Os jornalistas convidados para entrevistar Marina Silva pareciam não entender muito bem os meios que o partido pretende usar para pôr em prática as ideias que defende. Ela justificou que o estranhamento é natural diante do novo.
- Foi assim quando participei da fundação do Partido dos Trabalhadores - disse, e completou afirmando que este é um movimento que está acontecendo no mundo todo.
Para conseguir o registro, a Rede Sustentabilidade tem que recolher 560 mil assinaturas, em nove estados da federação. Se quiser participar das eleições de 2014, precisa fazer isso até outubro deste ano.
(*) Colaboração de Guilherme Fernandes