Nos meus tempos de office-boy gostava muito do meu trabalho, assim como sempre gostei das coisas que fiz. Encarava as filas de banco com bom humor, pedalava pelas ruas de Araranguá sempre apressado, mas motivado, aprendi a ser um rápido datilógrafo (atividade que no futuro me ajudou no caminho de ser jornalista) e até os dias de chuva eram tirados de letra.
Só tinha uma coisa entre as minhas atividades que me deixava contrariado: tirar atestado médico para cavalo viajar. Eu explico. O dono da empresa que eu trabalhava também tinha um haras e os seus cavalos eram bons de corrida. Quase toda semana seguia um deles para o Hipódromo do Cristal, em Porto Alegre. Não lembro o nome dos bichos, mas com certeza era algo do tipo Flying South Sky, Cacique Omar, Truculento, Silver Bonapart e outras coisas do gênero. O que eu lembro era que não gostava de tirar os tais atestados médicos para as viagens.
Sei que era uma questão de saúde pública e controle de doenças etc. Mas aquilo me deixava contrariado.
- Tanta gente tendo que pegar fila de madrugada para arrumar uma consulta no INPS (esta história é do tempo do INPS) e eu aqui, esperando um atestado médico para um cavalo viajar - pensava eu com meus botões.
A irritação aumentava quando eu visita o tal haras para levar algum documento, os pagamentos dos funcionários, ou qualquer outra coisa. Os bichinhos lá, nas suas baias, comida na boca, funcionários para lhe prestarem serviços e um veterinário 24 horas por dia à disposição. Sim eles também tinham um veterinário. O nome dele era Geovani, se não me engano. Jovem, recém-formado e muito empolgado com a profissão escolhida. Se o assunto era parto, os olhos dele brilhavam. Uma vez chegou lá no escritório numa fedentina só, comemorando o sucesso de um parto feito lá no haras.
De novo eu pensava:
- Tanta gente sem médico e esses cavalos aí com um só pra eles.
Tudo bem, são coisas da vida. Os cavalos também são filhos de Deus. Além do mais o dinheiro gasto e ganho com os animais, sim lembra o que eu disse lá em cima que eles eram bons de corrida, era do meu patrão. Ele podia fazer o que bem entendesse com ele. Não usava dinheiro público para isso.
Pois aí está o problema do grande número de cachorros em Tubarão. Qualquer pessoa pode ter o seu em casa, desde que seja responsável por eles. A partir do momento que eles passam a ficar espalhados pelas ruas, passam a ser um problema de saúde pública e a solução deve ser a mais prática possível. Nos últimos tempos, temos visto pessoas com dezenas e até centenas de caninos em suas casas pedindo por ajuda para cuidar dos bichos.
O prefeito Manoel Bertoncini prometeu durante a campanha resolver o problema. Prometeu até para a filha que iria dar um jeito. Mas o jeito senhor prefeito deve ser bem barato. Gastar o que andam dizendo que vão gastar (entre 40 e 60 mil por mês) é muito dinheiro.
Um município só pode gastar isso por mês se antes não tiver nenhuma criança fora da escola e passando fome, nenhum idoso desamparado, nenhum doente sem remédio. Sei lá, manter um canil municipal deve ser a prioridade número 1.342 na minha lista.
Tome exemplos de lugares onde a coisa funciona. Esterilize todos os animais de ruas. Exija licença para todos aqueles que têm donos e faça com que eles mantenham estes animais bem cuidados. Divida a conta com quem realmente tem responsabilidade pelos animais.
Publicado também no Jornal de Bairro
quinta-feira, 4 de junho de 2009
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