Quantas vezes já usamos este espaço para falar sobre a Reforma Política? Já perdi as contas sobre os comentários neste assunto. Pois agora ele volta a ficar em evidência na Câmara dos Deputados, com a promessa de que seja votado até o mês de maio, no tempo necessário para que as regras possam valer nas eleições de 2016.
O problema é que a tal reforma é sempre um remendo da legislação política. Tratam de questões pontuais, mas não mudam muito a essência. Temos algumas mudanças, mas que nem sempre são para melhor.
Mas o que mais complica nesta situação é que a reforma é feita por aqueles poderão se beneficiar dela: os próprios políticos que disputam eleições atrás de eleições. Os profissionais das urnas. E dessa forma é difícil acreditar que eles façam mudanças de verdade. Você aí em casa mudaria alguma coisa na sua vida que deixasse mais difícil para você? É a mesma coisa com os políticos que discutem Leis que eles vão ter que lidar.
Uma das sugestões em discussão agora é o financiamento público das campanhas eleitorais. Usam o argumento da corrupção na Petrobras, com o beneficiamento de empreiteiras, para dizer que esta seria uma maneira de conter o problema. Mas porque não sugerem um limite de um ou dois salários mínimos de doação por CPF. Ricos e pobres teriam o mesmo poder de colaboração a uma candidatura.
Já se gastam milhões de recursos públicos a cada dois anos para organizar as eleições. Será que vamos ter que dar ainda mais para os partidos políticos? que hoje já são financiados pelo Fundo Partidário, que é público.
A reforma é necessária, mas é preciso quase uma reconstrução, porque com remendos, já vimos que pouca coisa muda.
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