O brasileiro acordou no dia da abertura da Copa no Brasil com um sentimento um tanto confuso para quem vai sediar um evento deste tamanho. Diante de todas as manifestações contrárias que vem ocorrendo desde o ano passado, parece que dá até uma certa vergonha torcer pela seleção ou pelo sucesso da competição.
Seria o complexo de vira-lata, expressão criada um dia pelo jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues para definir a frustação pela derrota na copa de 1950 e também de inferioridade diante do mundo?
Pois 64 anos depois, uma nova copa nos colocou em condições de mostrar que o país do futebol, também pode ser o país das oportunidades, do turismo, e da capacidade de realizar grandes eventos.
Mas novamente a incapacidade dos gestores públicos de planejarem a realização de obras, de administrarem de forma transparente os recursos públicos, de controlarem a corrupção, deixa a impressão para os brasileiros de que não há jeito que dê jeito!
Hoje as capas dos principais jornais do mundo ignoram aquilo que incomoda os brasileiros, a desorganização, mas que também se faz pouco para mudar. O evento esportivo é o grande destaque, com pouquíssimas exceções.
Vai ter Copa, não tem jeito. Poderia ser melhor, poderia. Mas de nada será valido este sentimento de revolta, misturado com torcida, se logo alí na frente não tivermos mudança de comportamento. Vai ser muito bom ser hexa, e vai ser melhor ainda se a Copa despertar uma renovação no patriotismo do brasileiro.
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