O estudo sobre o Impacto Econômico do Atraso nas Obras de Duplicação da BR-101 Sul Sobre o Desenvolvimento Econômico no Sul de Santa Catarina apresentado pela Fiesc colocou um número sobre uma situação que era evidente. O trabalho realizado por pesquisadores da Unisul indica prejuízos financeiros na casa dos R$ 32 bilhões.
Mais do que números, a pesquisa indica que a região deixou de crescer, de receber novos empreendimentos e até a autoestima dos mais de 900 mil habitantes da região sul foi atingida com esta situação.
A BR-101 é a maior obra de infraestrutura da região, mas a demora para começar ou terminar outras também ajudam a piorar o quadro. Vai desde a indefinição sobre o futuro do Porto de Imbituba, discussões sobre a Ferrovia Litorânea, Rodovia SC 100, Aeroporto Regional, passando pela Rodovia Serra Mar, Santuário Santa Albertina e até a conclusão da BR-285 que liga o litoral sul com a Argentina, tudo reforça a ideia de que a região não é tratada com o devido respeito.
Um outro fator muito importante se deu lá na década de 90 quando foi tomada a decisão de duplicar o trecho Norte e deixar o trecho Sul para depois. Para muitos foi dada a sentença de subdesenvolvimento e de prejuízos para a região sul.
Mas uma situação, que talvez não tenha sido levada em conta no estudo, é quais foram os motivos que levaram a esta decisão de divisão. Será que havia a demanda suficiente para que as obras fossem realizadas? Se tivéssemos estas demandas as atenções não teriam se voltado para cá? Se buscarmos no tempo, vamos ver que o atraso do Sul em relação ao Norte é bem mais antigo esta celeuma sobre a duplicação da 101.
De qualquer forma, a Fiesc, que tem feito levantamentos sobre o andamento das obras e confrontado os prazos para a conclusão, motivou mais um estudo que indica que sem pressão os prejuízos não vão parar por aí. É fato que existe uma desigualdade histórica e ela precisa ganhar condições de ser corrigida.
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