Um grande número de aposentadorias por invalidez na Assembleia Legislativa de Santa Catarina reforça a sensação de impunidade no setor público. Alguns casos são de quase trinta anos. Por isso a impunidade. Quase trinta anos das primeiras denúncias e nada aconteceu
Para quem não sabe do que estou falando, eu resumo rapidamente. O jornal Diário Catarinense relembrou no último mês um surto de aposentadorias por invalidez que foi registrado na Alesc. Os maiores movimentos foram em 1982 com 76 processos e em 2003 com mais 20.
A imprensa denunciou o caso na década de 80 e o surto dos anos 2000 não teve destaque nenhum. Mas o fato é que mesmo com a denúncia de quase trinta anos, nada aconteceu. Ficou tudo por isso mesmo.
Além do número absurdo de aposentadorias por invalidez, este caso da Alesc chama a atenção por causa dos altos salários pagos a alguns dos inválidos. Tem gente que recebe mais de 35 mil reais por mês.
Agora os políticos prometem que os casos devem ser revistos. Mas confesso que fica difícil acreditar que isso vai dar em alguma coisa. Como fica o cidadão comum diante de tanta impunidade.
Quem não conhece alguém que já precisou da previdência e teve um benefício negado? Mesmo não tendo condições de saúde para trabalhar, chegou lá na perícia e não teve a devida atenção do médico, que muitas vezes não é especialista no problema que está avaliando?
Muita gente também deve conhecer alguém que não tinha nada e deu algum ‘jeitinho’ de conseguir o que queria. Falou com alguém ‘importante’ que ‘recomendou’ o processo.
Deste jeito o futuro é desanimador. As instituições públicas estão falidas moralmente e a população vai se rendendo a tudo isso para não ficar para trás.
A solução ideal seria aplicar a justiça em todos os casos. Cadeia, multa, devolução de dinheiro ou seja lá qual for a pena para toda essa roubalheira. O que não dá mais é viver nessa lama da impunidade.
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Depois de 1982, novo surto em 2003
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