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terça-feira, 3 de maio de 2011

PSD: adesões e traições

As principais lideranças do DEM estão de saída do partido para participar da fundação do PSD, entre elas o atual governador Raimundo Colombo. Do jeito que está deviam apenas mudar o nome de DEM para PSD, quase do mesmo jeito que foi de PFL para DEM.

Mas o fato é que muita gente sente-se traída nesta história toda. E não são só os eleitores do DEM que votaram no partido porque ele representava oposição ao governo federal. Membros de outras siglas também estão com o mesmo sentimento.

O prefeito de Imbituba, Beto Martins (PSDB), por exemplo, lamentava sobre qual explicação iria dar para os eleitores e que pela segunda vez estava levando bola nas costas. Em 2006, pediu votos para Djalma Berger que depois deixou o PSDB para entrar no PSB. Em 2010 pediu votos para Jorginho Melo que agora pode seguir para o PSD. Em conversa com a deputada federal Carmen Zanotto (PPS) pediu para que ela resistisse aos convites e que iria valer a pena continuar e manter a aliança com o PSDB, da qual o DEM também faz parte. Carmem disse que fica no partido, nem que seja para apagar a luz.

Entre as lideranças que decidiram mudar de partido a missão agora é garantir a adesão de prefeitos e vereadores. O secretário regional de Laguna, Christiano Oliveira já decidiu que segue para o PSD. Ele deve liderar o processo naquela região. Já conversou com o prefeito de Imaruí Amarildo Souza que ficou de conversar com a base de apoio, mas também deve aderir ao novo partido. Seguem também os vice-prefeitos de Imbituba, Garopaba, Paulo Lopes e vereadores.

A outra prefeita do Democratas da região, Leonete Back de São Martinho, será procurada pelo deputado estadual José Nei Ascari. O deputado, inclusive, teve um encontro ontem com demistas da região de Araranguá. Lá são dois prefeitos e quatro vice-prefeitos do partido. Sentiu que a adesão será grande. Ascari também conversou com lideranças do partido em Criciúma, Içara, Forquilhinha, Urussanga e Orleans.

Em Tubarão, o grupo do vereador Jairo Cascaes já havia decidido na semana passada que seguiria os passos do governador Raimundo Colombo. Portanto o PSD já nasce na cidade com uma cadeira na Câmara de Vereadores.

A troca de siglas é um direito que as pessoas têm e que está sendo exercido a partir de uma brecha existente na legislação. Para fugir da infidelidade partidária fundam um novo partido agora e lá na frente ainda poderão fazer uma fusão, dando novamente liberdade para um troca-troca.

Tem jeito para acabar com esta situação? Tem, mas é difícil que ele apareça. A forma de acabar com este circo e com o total enfraquecimento dos partidos políticos é acabar com as coligações. Sem elas, por exemplo, o PSD terá nas eleições de 2012 um tempo muito pequeno em rádio e televisão. Mas como ninguém acredita que esta decisão seja tomada, o novo partido já tem até aliado definido para a próxima campanha eleitoral, o PSB, que vai lhe garantir a visibilidade.

E fica mais difícil ainda de acreditar no fim das coligações porque são os próprios parlamentares que decidem o que entre e o que não entra na reforma política. Alguém espera que eles decidam contra algo que os favorece?

Um comentário:

  1. João Manoel Nunes6 de maio de 2011 às 17:21

    Sabemos que a Revolução Industrial do século XVIII foi essencial para expandir a influência política da burguesia, até então à mercê das vaidades dos nobres absolutistas.
    Com ela surgiu uma nova corrente ideológica, a do liberalismo, que, dentre outras coisas, visa diminuir a participação do Estado nas relações sociais, em especial, as de ordem econômica. Claro que o modelo liberal objetiva assegurar o domínio burguês, mas não nos atemos a isso.

    Depois, por volta do século XIX, alguns intelectuais, como Marx, idealizaram uma nova ideologia: o socialismo. Essa, que visa fomentar a igualdade e o poder do Estado, foi uma resposta à política burguesa, vigente até então.

    Em resposta à essas duas correntes ideológicas, uma em defesa da burguesia e outra do proletariado, surgiu uma terceira. Esta, batizada de social democracia, visa mesclar os dois projetos, ora pendendo pr'o lado liberal, ora pr'o lado social.
    Desta maneira, segundo os adeptos desta corrente, podemos erguer uma sociedade que não exista em razão do mercado - liberal, portanto - e nem do Estado - socialista, diga-se -.

    São estas as correntes ideológicas atuais. E, desde então, os partidos têm procurado segui-las, sobretudo quando das suas fundações.

    Eis que o Brasil acaba de contribuir para a ciência política ao apresentar ao mundo - os méritos são do prefeito Kassab, de São Paulo - uma nova corrente ideológica: a do darwinismo.
    Nela, você não precisa seguir uma posição política por muito tempo. Afinal, você, para sobreviver, precisa se adaptar às condições do momento.

    Tal como um camaleão, você pode passar da direita à esquerda, e fazer uma visitinha ao centro, sem o questionarem ou o julgarem como oportunista.
    Aliás, diga-se: crer que o PSD de Kassab surgiu como um partido oportunista é coisa de gente que não sabe se adaptar, não?

    Mas eis o que eu queria dizer: a ida de Colombo para o PSD - ou Partido Social Democrata - mostra o quanto a ideologia no Brasil não é levada a sério.
    Afinal, em menos de um ano, o governador mudará de ideologia três vezes.

    Vejamos:
    Até ontem, ele era democrata e, consequentemente, da ex-frente liberal. Viva o mercado e a redução dos impostos, viva!
    Hoje, ele passou a ser social democrata, pois anunciou que se filiará ao PSD.
    Viva a distribuição de renda, viva!
    Amanhã, quando o PSD se fundir com o PSB - que reúne alguns "socialistas", como Eduardo Campos, dono, quer dizer, governador do Pernanbuco - Colombo será correligionário de Marx.
    Viva Cuba e seus charutos, viva!

    Assim, em menos de um ano, acredite, Colombo terá sido liberal, social democrata e socilista.

    Imagine como não estão felizes Adam Smith, Marx e a Rosa Vermelha.

    Afinal, se mudar de opinião é uma coisa, mudar assim é o que?

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