O blá-blá-blá da BR-101

O Fórum Parlamentar Catarinense, composto por deputados e senadores, tem no início da tarde audiência com o Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR), e diretores do Dnit. Em pauta o cronograma de obras da BR-101. O governador Raimundo Colombo (DEM), o presidente da Assembleia Legislativa Gelson Merísio (DEM) e deputados estaduais da região sul, entre outras lideranças, também vão estar presentes no encontro.

A região mais uma vez reforça a cobrança por agilidade e solução para as obras de duplicação da BR-101. Só que os limites da paciência já foram ultrapassados há um bom tempo.

Há pelo menos quinze anos a nossa região tem sido tratada com descaso nesse assunto. Desde que a duplicação foi dividida entre trecho norte e trecho sul nós já ficamos de lado. O trecho norte foi realizado e concluído primeiro e as obras do trecho sul, que só começaram um bom tempo depois, sabe-se lá quando vão terminar.

Esse descaso não impediu que fosse instalada uma praça de pedágio e que uma das situações mais absurdas que se possa imaginar ocorra. Quem viaja no sentido Norte-Sul tem que pagar para trafegar numa rodovia em obras. E pior do que inacabada é não ter nenhuma garantida de que os prazos anunciados serão cumpridos.

Com um cronograma totalmente irregular, que resulta em trechos finalizados há três anos, e outros com praticamente nada feito, ainda temos pontos preocupantes e sem perspectivas de solução. Corremos o risco de ter a estrada duplicada e mesmo assim com filas quilométricas por causa do Morro do Formigão, Canal de Cabeçudas e Morro dos Cavalos que não tiveram ainda uma pá de areia movimentada para as obras de túneis e pontes que serão necessárias.

O valor da obra já extrapolou em muito o que foi orçado, mas o prejuízo à economia da região é muito maior. Sofremos com o descaso e com o atraso ao nosso desenvolvimento. Quem vai pagar esta conta?

Os nossos representantes que vão mais uma vez ouvir relatos e desculpas esfarrapadas devem cobrar e fazer pressão hoje à tarde. Mas também é preciso algum tipo de ameaça. Caso contrário vamos ficar novamente só na promessa de um prazo que todos sabem não será cumprido.

Só quem trafega pela BR-101, encarou filas, teve a vida de um familiar, de um amigo perdida, sabe do que estamos falando. Realidade que está muito distante dos gabinetes de Brasília e do alto dos helicópteros.