Vamos ver se você aí leitor concorda comigo, mas é assustadora a constatação de que para se garantir uma eleição seja necessário um grande orçamento para a campanha. Seria muita ingenuidade achar isso?
Afinal de contas o que é preciso gastar numa eleição? É preciso pagar a produção dos programas de rádio e televisão. É preciso pagar as gráficas que imprimem o material de divulgação. É preciso pagar as despesas com deslocamentos e também salário das equipes. É preciso pagar por publicidade em jornais. Estas despesas podem ser altas ou baixas, depende do orçamento. Tudo o mais estaria fora da lei.
O problema é que o eleitor, geralmente, espera muito mais que um bom papo na TV ou um papel com as propostas. Muita gente ainda espera por um favor aqui, e outro ali. Sem eleitor com voto à venda não teríamos candidatos comprando votos.
Numa conversa com quem já passou por campanhas ou pretende se candidatar ouvem-se histórias e valores de arrepiar. Para eleger um vereador em Tubarão, estima-se por exemplo, gastos de R$ 500 mil. Depois ele vai ter em retorno como salário cerca de R$ 280 mil. Que conta é essa que não fecha? Já pensou quanto não custa uma campanha para deputado, governador ou presidente?
Outro que ficou conhecido por não ter oferecido nem bala para os eleitores me disse que o segredo é não sentar. Pois quando num encontro político se convida o candidato para sentar e conversar é nessa hora que vem a 'mordida‘. O jeito então é enfrentar a campanha de pé.
Por que se precisa de tanto dinheiro em campanhas eleitorais se comprar voto e oferecer favores é crime? E por que quem financia isso, não gosta de aparecer?
Compare lá em 4 de outubro, após o resultado final, a relação de gastos de quem se elegeu, e quem ficou de fora. Infelizmente, ainda estamos longe de eleger as melhores propostas ao invés dos maiores orçamentos.
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