Mais projetos e ideologia, menos acordos e negociatas

Estamos a um ano das eleições de 2010 e muito se fala em acordos políticos, coligações e composições que garantam apoio a candidatos e formação de chapas.

Tudo dentro da normalidade. Mas o que eu não acho normal é a falta de discussão em torno de projetos. Se discute o apoio e pouco se fala em ideologia.

As pesquisas, por exemplo, tivemos no fim de semana e ontem a divulgação de pesquisas de intenção de voto em Santa Catarina para o governo do estado, para o senado e também para a presidência. São números que doze meses antes do pleito servem para especulação, para negociação e até traçar estratégias de campanha. Não se tem nenhuma garantia de que os nomes consultados serão mesmo candidatos em 2010.

O mais importante pra mim está lá no final da notícia divulgada pelos jornais: o que a população espera dos eleitos. Saúde foi o assunto mais lembrado com 26,7%, seguido por emprego com 18 por cento e segurança pública e violência com 10,5%.

Agora você leitor pergunte: quais dos nomes citados nas pesquisas você já viu falando o que vai fazer para resolver os problemas de saúde, de emprego e de segurança em nosso estado e país?

Com certeza você já viu candidato A negociando com candidato B. Partido X vendo com o partido Y quem vai ser indicado o cabeça de chapa, quem vai ficar com o vice e coisa e tal.

Agora, se viu negociação e união de nomes e partidos em torno de projetos políticos e propostas de governo foi coisa muito rara.

Nessa história toda, o eleitor tem que fazer a parte que lhe cabe e cobrar ações concretas da classe política. Por que enquanto também só ficar cobrando favores, vamos ficar nesta conversa sem fim e sem começo de troca de apoio por cargos e de troca de cargos por apoios. Ou seja, não sairemos do lugar.