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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Troca e incentivo pela natureza

No jornalismo, quase sempre notícia ruim é que dá mais audiência. Por isso, também quase sempre, jornais, programas de rádio e televisão estão recheados de manchetes desse tipo. Ou seja, o dia que algum supermercado de nossa região decidir cobrar pelo uso das sacolas plásticas, isso certamente será notícia. Uns ao lerem isso até podem dizer. “Não dá ideia!”.

Mas essa prática já é utilizada no exterior e até mesmo em algumas cidades brasileiras onde o uso das sacolinhas já é proibido ou então é desestimulado.

Mas para não dizerem que só dou ideia ruim, será que nenhum supermercado irá oferecer algum benefício para que os consumidores abandonem as sacolas? Também pelo Brasil afora já surgem alternativas como o desconto de R$ 0,03 a cada cinco itens comprados.

Eu penso que o abandono das sacolas plásticas como forma de embalar as nossas compras é uma grande oportunidade de fidelização da clientela. Já pensou na loja que oferecer uma daquelas sacolas de pano com estampas legais, feitas de material reciclado, em troca de, por exemplo, R$ 500 em compras? O valor enfim pode ser qualquer um. Cada lojista ou supermercadista poderá determinar o quanto ele precisa faturar para oferecer um brinde desses, mas com certeza terá também uma grande ação de marketing nas mãos. Principalmente para aqueles que forem os primeiros e terão alguma chance de atrair a atenção da mídia.

O problema das sacolinhas é semelhante ao das garrafas pet. Quando surgiram
revolucionaram o mercado de refrigerantes. Embalagens de dois litros, 1,5 litros e até 3,3 litros surgiram. As garrafas de vidro de meio litro de água mineral e de um litro de refrigerante sumiram do mercado.

Enquanto isso bilhares de pets ajudaram a sujar nossos rios, campos e praias. Falando em praia, você já foi conferir uma beira mar qualquer depois de uma enchente? É assustadora a quantidade de lixo e mais assustadora ainda a quantidade de garrafas pet.

Como pode o ser humano criar algo tão revolucionário como o plástico, mas não pensar em formas de recicla-lo. Quer dizer, pensar até deve ter pensado, o problema é como agiu.

Somente aqui em nossa região temos algumas ações isoladas que mostram o que é possível fazer. Temos aquecedor solar e igreja construídos com garrafas pet. Temos plástico reciclado a partir da força da água e se ampliarmos a área geográfica de nossa busca vamos ter exemplos para encher diversas páginas.

Mas por que esta indústria da reciclagem ainda é tão tímida? Dá para fazer cimento de vidro reciclado, tijolo com resíduos da maricultura e uma série de outras coisas. O custo de tudo isso pode ser a resposta para esta timidez. Tudo que é reciclado ainda é mais oneroso para produzir e por consequência perde competitividade na hora de vender.

Então o jeito é adotar políticas de incentivo para essa indústria. Sugeri nos parágrafos acima uma troca entre comerciante e consumidor para acabar com o uso das sacolas. Também fica aqui a sugestão de que se dê incentivos fiscais para quem trabalha com reciclagem. Isso não deve durar para sempre, mas será preciso ser feito até que a escala permita competitividade de preços, suficientes para superar a falta de consciência que já provamos estar sobrando.

(*) texto publicado na revista Alternativa, edição de maio

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