A região tem obras importantes em andamento como a duplicação da BR-101, aeroporto regional e ampliação do Porto de Imbituba. Mas tem uma outra que precisa de atenção: a ferrovia litorânea.
As obras citadas aqui são de extrema importância e disso não se tem dúvida. Mas de certa forma elas não serão 100% eficientes se não tivermos também uma estrutura de transporte ferroviário para completar o ciclo.
Imagine uma pessoa que busca nos classificados empregos, mas tem uma grande carência no currículo. Tem vários cursos, experiência, mas não sabe uma língua estrangeira, por exemplo. Falta alguma coisa para realmente se destacar entre os tantos candidatos.
Então pense num estado que busca se candidatar para sediar grandes empresas, atrair investimentos e proporcionar desenvolvimento. Este crescimento tão sonhado pelo Sul de Santa Catarina e por muitas outras regiões do Brasil e porque não dizer do mundo.
Quem procura um espaço para se instalar, para investir, para expandir um negócio quer a estrutura completa. Quer garantias de fornecimento de energia elétrica e opções de transporte, seja ele rodoviário, portuário ou aéreo.
É preciso completar o ciclo. Hoje o Sul do Estado está isolado. Construir a Ferrovia Litorânea é ligar todos os portos de Santa Catarina e toda a malha ferroviária do Sul com o restante do país. Estima-se que o setor possa triplicar a participação no transporte de cargas no estado. Estima-se também que a obra pode ser concluída em oito anos com um investimento de quase R$ 1 bilhão.
Mas isso é claro se os cronogramas forem cumpridos. É nesse ponto que a situação preocupa e merece atenção para que os erros de outras obras não sejam repetidos. As duas empresas que ganharam a licitação para apresentar o projeto da obra têm até o mês de julho para fazer isso e ao que tudo indica esse prazo não será cumprido, comprometendo todo o cronograma.
Se lembrarmos que a duplicação do trecho Sul da BR-101 já dura oito anos, com atraso de três, que o aeroporto também já caminha para quase uma década, é preocupante saber que uma obra que ainda nem saiu do papel já está ameaçada de atrasar. O trem do desenvolvimento não pode passar batido por nós.
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